quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Mapa eleitoral por Renato Mattar


O mapa eleitoral dos governadores é uma ferramenta da análise do poder partidário numa grande escala; a estadual. É difícil comparar os poderes que um mesmo partido tem nas escalas estaduais e municipais, pois as campanhas e alianças são muito oscilantes dentro das mesmas, fazendo com que dentro de um mesmo estado, na campanha para o governador, dois partidos se aliem, mas nas campanhas municipais, eles sejam rivais. O que venho tentar aqui é, através dos resultados das últimas eleições (2006), dar um panorama da continuidade e descontinuidade dos poderes nos estados nacionais.
Se formos comparar o mapa eleitoral dos governadores de 2002 para 2006, temos as seguintes mudanças:
- PT, em 2002, tinha o governo de três Estados, hoje conta com cinco governadores;
- PSDB, que em 2002 tinha sete Estados, hoje tem seis;
- PMDB em 2002 tinha cinco Estados, hoje tem sete;
- DEM (antigo PFL), com quatro em 2002, tem somente um em 2006;
- PPS, manteve o mesmo número de governadores de 2002 para 2006, dois;
- PSB, que em 2002 tinha quatro governadores, hoje conta com três;
- PDT tinha, em 2002, somente um governador, hoje conta com dois;
- PSL perdeu seu único governador e hoje não tem mais nenhum;
- PP, que em 2002 não tinha participação nenhuma, hoje tem um governador.
O que podemos concluir tecnicamente é que, dos 4 maiores partidos (PT, PSDB, PMDB e DEM), não houve mudanças na quantidade de governos - foram mantidos os dezenove governadores - porém o PT aumentou a sua participação em 5% e o DEM, na contramão, perdeu 12% de participação.
Analisando parte por parte, podemos ver uma grande derrota para o DEM no Estado da Bahia, onde o candidato de ACM perdeu para o candidato de Lula, destruindo uma hegemonia que perdurava há muito tempo, assim como no Ceará, onde o candidato de Tasso Jereissati, do PSDB, perdeu para o irmão de Ciro Gomes, Cid Gomes, do PSB e a derrota dos Sarneys, do DEM, para o PDT de Jackson Lago. As manutenções de poder foram observadas com a reeleição esmagadora de Aécio Neves, do PSDB, em Minas Gerais, Blairo Maggi, do PPS, em Mato Grosso, de Sérgio Cabral (PMDB), candidato de Anthony Garotinho, no Rio de Janeiro e, principalmente com a eleição de José Serra em São Paulo, garantindo por mais 4 anos a hegemonia, que já é de 12 anos, do PSDB no Estado.
Visto isso, podemos concluir que no Nordeste, onde a tradição do coronelismo é muito presente, apresenta sinais de superação, impondo derrotas importantes para essas ‘anarquias capitaniais’. No entanto, na contramão, o Sudeste vem consolidando hegemonias partidárias, como em São Paulo e em Minas Gerais, e hegemonias familiares, como no Rio de Janeiro. Tanto a manutenção do poder quanto a mudança dele são expressões regionais da representabilidade que esses partidos têm. Isso quer dizer que o poder nacional que um partido tem, às vezes nada significa no âmbito regional, e o poder regional que cada partido tem varia muito de Estado para Estado, mas quase sempre mantendo os grandes partidos no poder.
Para finalizar, além dessa variação de manutenção do poder / troca do poder, essas últimas eleições mostraram a força que o presidente Lula tem de influenciar na decisão regional do eleitorado, tanto positivamente, ajudando decisivamente para a vitória de seus candidatos, quanto negativamente.

2 comentários:

Unknown disse...

bela renatão!

Lyssa disse...

É como eu smp digo! Renatão tb é cultura! kkkkk! Texto bom pra ajudar a pensar nas eleições desse ano! rs!
Ahh e gostei do blog, vou colocar nos meus favoritos! rs

bjoo*