segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Paul é Taubaté por Fabrício Junqueira


Foto: Paul, Péricles e o ex-namorado gordo da Cath



Hoje vou contar uma história diferente...Darei meu espaço nessa coluna a um amigo que esteve na inesquecível decisão há 25 anos entre Taubaté x São José, esse amigo têm alguns "causos"íncríveis para nos contar...Acho melhor, você começar a leitura.
Me chamo Péricles, tenho 50 anos (nasci no ano do primeiro acesso em 1954) e moro hoje em Londres, capital do Império Britânico. Sou nascido e criado emTaubaté, onde vivi até meus 27 anos. Moro há 23 anos longe de Taubaté, mas vou até duas vezes por ano na minha terra querida.
Hoje vou contar como vim para nessa chuvosa, fria e intensa cidade e como trabalho aqui. Essa história começa em 1974, quando aos vinte anos estive na Alemanha vendo minha primeira e última Copa do Mundo in loco. Lá conheci Catherine, uma loiríssima inglesa. E assim como eu, Catherine era apaixonadapor Rock and Roll e futebol. afinal, conheci a moça num momento um pouco triste de minha juventude, o Brasil perdia para a Holanda a sua primeira chance de se tornar tetra-campeão mundial.
Catherine, estava com amigas holandesas, elas bebiam cerveja e cantavam Yellow Submarine num bar próximo do estádio. De cara, rolou uma gozação, umas cervejas ,e toda frustração do time de Zagallo, fora pro espaço numa noite inesquecível.
Cath, (seu apelido) morava em Londres e conhecia ele... Paul Mcartney. Acabando a Copa, voltei para o meu interior de São Paulo onde comecei em 1975 a cursar direito em Taubaté. Mas em Julho de 1978, pintou uma oportunidade de viajar. Fiquei entre a cruz e a espada, Cath ou Copa da Argentina?Influenciado por amigos que viram algumas fotos de Cath, embarquei para Londres. Em nosso reencontro, a inglesinha estava mais linda do que nunca,mas acompanhada... não, se você amigo leitor, pensa que era por Paul Mc Cartney, resposta errada. Acompanhada por um garoto gordo inglês de dezoito anos que ela me apresentou como seu novo namorado.Na hora, fiquei cm vontade de voar pra Buenos Aires, Pequim, Moscou, qualquer canto menos aquela cidade.
Fiquei chateado! Na copa pelo menos eu poderia conhecer uma bonita argentina. Mas eu não poderia imaginar, Cath, num português muito ruim conseguiu dizer " esse gordo é motorista de Paul, vamos conhecê-lo.."
Então veio uma dúvida em minha cabeça: Ela não é amiga dele? Descobri que o máximo que Cath chegou perto dele foi num show em 1968, quando ela tinha apenas onze anos, ela tinha mentido ao dizer que conhecia o astro inglês.
Era engraçado, o gordinho sardento tentava dar uns beijinhos, e Cath dizia que só após o verão pois era um mandamento de sua religião. Assim o inglês foi ficando cada vez mais apaixonado e por consequência mais fácis de ser enrolado.
Conseguimos no dia 25 um encontro com ele. Foi mágico, tomamos algumas cervejas e conversamos muito, principalmente sobre futebol.
Paul é fã do nosso futebol. Discutimos a copa de 78, o fim da carreira de Pelé, ele perguntou-me sobre Garrincha e no final ganhei alguns discos autografados e o pesentei com uma camisa de futebol do meu time no Brasil. Paul achou linda a camisa e disse que um dia iria assistir um jogo desse time.
O tempo passou e em novembro de 1979, Taubaté fervia... meu time, aquele que o Paul disse que ainda iria ver jogar, aguardava a tão sonhada noite de quinta-feira, dia 29 de novembro. O Taubaé iria enfrentar seu arqui-rival São José na decisão da Divisão Intermediária ( 2°divisão) de São Paulo.
Na manhã de quinta-feira tocou meu telefone... dessa vez era ele mesmo. Paul foi informado por Cath( agora realmente sua amiga e funcionária de sua equipe de produção) sobre a decisão e disse que estaira torcendo a distância pelo Taubaté. Antes de desligar, Paul disse que iria ligar dirante a partida para saber do andamento do pega. Então passei o número do telefone da Rádio Cacique ( radio local de Taubaté) e combinei com um amigo funcionário da rádio para esperar a ligação mais importante de todos os tempos.
Esse amigo, tremeu quando ouviu opróprio Paul Mc Cartney do outro lado da linha. Em segundos, Paul estava aovivo nas ondas da rádio, fiquei maluco com aquilo! Estava na cabine no estádio Palestra Itália em São Paulo, o locutor da época era Getúlio Mendes,um fera do rádio esportivo. Relatei que Paul iria ligar e passei o telefone da rádio pois estaria no estádio e em 1979 não existia óbviamente celular. Pois aos 40m do 2ºtempo, quando o Taubaté já vencia por 2x1 e tocava a bola,Paul entrou no ar e gritou num português ensinado por Cath, a seguinte frase: Dalhe Burro!
Mas ai nesse exato minuto, a rádio teve uma pane e isso nunca ficou gravado,e tão pouco foi ao ar. Não importa, depois disso, larguei minha faculdade, e no ano seguinte me mudei para Londres. Casei com Cath em 1983 e temos um casal de filhos, o mais velho é assim como o pai um apaixonado torcedor do Arsenal e óbviamente do nosso amado E.C.Taubaté.
Até os dias de hoje trabalho diretamente com o astro da música mundial e digo e afirmo: Paul até hoje pergunta do seu Burrinho da Central.
Sobre o jogo, foi o melhor e mais inesquecível da minha vida e depois disso nunca mais tive vontade de assistir uma Copa do Mundo de perto. Confesso a vocês que na última vez que estive no "Joaquinzão" numa noite de Abril desse ano, eu e meu filho nos divertimos com a goleada em cima de nossos velhos fregueses da cidade vizinha...
Péricles (Amigo do Fabrício)
* Uma história fantasiosa e cheia de imaginação, escrita por este colunista (nascido em julho de 1978) que infelizmente não pode estar presente naquela noite em que Taubaté se vestiu de azul e branco para vibrar pelos heróis que voltaram de São Paulo com o título conquistado. Uma simples, mas emocionada homenagem a todos os jogadores, membors da comessão técnica, dirigentes, jornalistas e tocerdores que ajudaram nesse momento único do E.C.Taubaté.
* Ainda sobre 1979, na mesma noite, no mesmo momento em que Antônio Carlos marcava o segundo e decisivo gol taubateano, a cantora Rita Lee fazia um show no ginásio do TCC. As pessoas no show, de radinho de pilha na mão, gritaram e vibraram no lance do gol, a cantora sem entender nada, perguntou o que estava acontecendo para o presisdente do clube na época, que a informou da proeza taubateana. A intrépida cantora saiu do palco e voltou vestida com a camisa do E.C.Taubaté causando uma enorme emoção entre os presentes. Essa história é verdadeira...

2 comentários:

Fabricio Junqueira disse...

Valeu pelo espaço grande Césinha!

Unknown disse...

tava quase acreditando!